domingo, 21 de setembro de 2008

A Música Popular Brasileira – Bossa Nova

Autor:
Pólo:

A Música Popular Brasileira – Bossa Nova

Nos idos de 1940, as principais correntes de música popular no Brasil eram a música carnavalesca, com sambas e marchas, principalmente, e a chamada música de meio de ano, com repertório que ia de valsas e dos samba-canções, cujos principais intérpretes eram Orlando Silva, Silvio Caldas e Francisco Alves, até a música junina.

Nas rádios ouvia-se muita música norte-americana, estimuladas pelo cinema. A grande novidade na música brasileira eram os sambas orquestrados, como Aquarela do Brasil de Ary Barroso, com orquestração de Radamés Gnattali. Na área da composição, quem mais ousava era Custódio Mesquita, que acrescentava recursos do jazz ou da música erudita às suas obras.

Em 1946 a gravadora Continental lançou um disco que continha o samba-canção Copacabana, de João de Barro e Alberto Ribeiro, cantado por Dick Farney. Esta obra abriu um novo caminho para a música popular brasileira com ingredientes da música norte-americana. Essa música criou as condições para que outros compositores fizessem um tipo de música que foi chamada de samba moderno, que claramente influenciou compositores como Antonio Carlos Jobim. Os principais intérpretes deste gênero eram Dick Farney e Lúcio Alves, que eram considerados rivais. Essa rivalidade terminou por meio de uma composição de Tom Jobim e Billy Blanco ( 1954 ), Teresa da Praia, gravada pelos dois.

Outro importante acontecimento musical do ano de 1946 foi o lançamento pela gravadora Odeon de um disco chamado Baião, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, gravado pelo conjunto Quatro Ases e um Coringa. A gravação lançou um novo gênero musical, com repercussão internacional, gravado por cantores como Bing Crosby e Sarah Vaughan.

No ano de 1956 ocorreu o encontro de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O poeta Vinicius estava a procura de um músico para fazer a direção musical e criar as melodias para sua peça Orfeu da Conceição, versão negra e carioca do mito grego de Orfeu. A primeira música surgida dessa parceria foi “ Se todos fossem iguais a você “. Após o término da temporada da peça, os dois começaram a trabalhar nas músicas da versão cinematográfica da peça, uma produção francesa, e surgiu a música “ A felicidade “.

O Brasil nessa época vivia um clima de euforia produzido pelo governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek e nesse clima surgiu a Bossa Nova, o clímax de diversas tentativas de modernização da nossa música popular. O movimento explodiu com o lançamento pela Odeon em 1958 de um disco que continha de um lado Chega de saudade ( Tom Jobim e Vinícius de Moraes ) e, do outro, Bim-bom ( João Gilberto ), com arranjos de Tom Jobim e tendo como intérprete João Gilberto, introdutor de uma nova batida de violão e estilo revolucionário de cantar. Esse novo estilo consolidou o movimento, com músicas como Desafinado ( Tom Jobim e Newton Mendonça ) que continha em sua letra a frase “ isso é bossa nova, isso é muito natural “.
João Gilberto já havia tocado violão na gravação de Chega de Saudade ( Tom Jobim e Vinicius de Moraes ) feita pro Elizeth Cardoso e assim ficou estabelecido o trio dos grandes da bossa nova: João Gilberto, Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.

Outros nomes importantes para o movimento foram a cantora Silvinha Telles, os compositores Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Sérgio Ricardo e João Donato, dentre outros.

A bossa nova fica conhecida também no exterior e é gravada por músicos importantes como Charles Byrd e Dizzy Gillespie no fim da década de 60. Stan Getz grava Desafinado, e vende mais de um milhão de exemplares. Getz gravou com João Gilberto e Astrud Gilberto um disco intitulado “ Getz, Gilbert – featuring Antonio Carlos Jobim “, que ficou nas paradas norte-americanas. Frank Sinatra gravou o famoso disco “ Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim “, sendo escolhido por unanimidade pela crítica especializada dos Estados Unidos como o álbum vocal do ano e também ganhou o Grammy, perdendo em vendagem apenas para o LP dos Beatles “ Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band “ no ano de 1969.

E como está a Bossa Nova nos dias atuais? As grandes gravadoras não têm investido nesse importante movimento musical, mas os selos independentes têm buscado aproveitar esse espaço e vêm relançando em CD versões raras e remasterizadas dos músicos mais expressivos da Bossa Nova, como Sergio Mendes e Bossa Trio ( Você ainda não ouviu nada – 1960 ), Elza Soares ( A Bossa negra – 1961 ) e João Donato e seu trio ( A Bossa muito moderna – 1963 ). Álbuns gravados para o mercado norte-americano que não haviam sido lançados no Brasil estão sendo agora lançados, como “ The Music of Mr. Jobim by Silvia Telles “ e “ Bossa Jazz De Luxe “ gravada em versão mais jazzística por músicos americanos.

Outros selos menores, como a Albatroz Music, comandada por um dos mais importantes nomes da bossa nova, o compositor Roberto Menescal, investe no repertório do próprio Roberto Menescal – incluindo as parcerias com Ronaldo Bôscoli – e em outros nomes como o experiente Leny Andrade, o conjunto vocal Os Cariocas e a jovem Cecília Dale.

O grupo Bossa Cuca Nova vem trabalhando clássicos da Bossa Nova de uma forma moderna. Um dos integrantes do grupo é Márcio Menescal, guitarrista e filho de Roberto Menescal. Os outros integrantes são o DJ Marcelinho da Lua e o programador Alexandre Moreira. Por essa combinação, pode-se ver que é uma nova maneira de interpretar o gênero musical.

A gravadora Trama Records vem trabalhando a Bossa Nova com o drum´n´bass, o mais moderno movimento da música eletrônica. O DJ Patife ( Wagner Borges Ribeiro de Souza ) remixou o CD de Fernanda Porto e fez um sucesso enorme em Londres e Nova York, capitais da música Techno.

Mas, a despeito do apelo da versão moderna, a Bossa Nova tradicional ainda tem espaço. Em 2001, o álbum “ João Voz e Violão “ de João Gilberto ganhou o Grammy de melhor disco de world music em Los Angeles.

Música Católica Popular

Autor: Suzi
Pólo:
Música católica popular é um gênero musical religioso que faz parte da Igreja Católica Apostólica Romana e vem ganhando força desde o Concílio Vaticano II.

Suas letras falam de amor, perdão e tantas outras palavras que estão escritas na Bíblia Sagrada, e as pessoas que cantam este gênero musical tiveram suas vidas transformadas pela palavra de Deus.

Um dos pioneiros a levar a palavra de Deus através da música na década de 1960, e que até hoje arrasta multidões onde quer se apresente é o Padre Zezinho e suas famosas canções como “Maria de Nazaré”, “O profeta”, “Amar como Jesus Amou” além de tantas outras que tocam e transformam o coração de muitas pessoas.

A música católica popular começou a ganhar variedade no final da década de 1970 e começo de 1980, com a ascensão da Renovação Carismática Católica e o surgimento de compositores católicos. Através de festivais, “esse gênero musical” começou a fazer sucesso.

Isso tudo começou a despontar com o surgimento da Comunidade de Vida Canção Nova cujo presidente é o padre Jonas Abib, o qual começou timidamente com suas próprias canções, abrindo as portas para outros cantores católicos que viriam depois.

Cantores (as) como Nelsinho Corrêa, Eugênio Jorge, Dunga, Adriana, Celina Borges, Ziza Fernandes e tantos outros que, com suas canções, dão testemunho do que Deus fez e faz ainda em suas vidas arrastam muitas pessoas de volta para a Igreja com suas músicas que tocam e até curam corações feridos.

A cada ano, a revolução acontece na música católica popular e, nos dias de hoje, para a palavra de Deus chegar também ao coração dos jovens, há bandas como “Vida Reluz” que tocam músicas católicas em gênero pop; para aqueles que preferem um estilo mais agitado, há bandas católicas que tocam rock, como “Rosa de Saron” e “Aeternum Dei”, e ainda, para os que preferem louvor e adoração, há cantores que são considerados profetas de Deus como Walmir Alencar, Cleidimar Moreira e o maior fenômeno: Padre Fábio de Melo.

Deus procura entrar no coração do homem através da Bíblia Sagrada, mas nos dias de hoje, é através da música que o Evangelho tem entrando facilmente no coração de todos, principalmente nos Jovens, por isso precisamos de ótimos compositores que saibam dar testemunho do que Deus realiza em suas vidas.

Música Clássica ou Erudita

Autor:
Pólo:
A música clássica é um gênero não apreciado por muitos, pois já foi chamada até de “música chata” e “música séria”, por se opor à música popular, à música folclórica e ao jazz. Também já foi denominada “música formal”, ou seja, aquela música em que a atração estética está ligada à clareza, ao equilíbrio e à objetividade, e não à subjetividade, à emoção exagerada ou à falta de limites de linguagem musical.

Nesse sentido, a música clássica se oporia à música romântica feita em fins do século XVII e início do século XIX, em que a ênfase recaía sobre os sentimentos, as paixões e o exótico, em lugar da razão, da contenção e da estética da arte clássica.

Entretanto, os primeiros traços do romantismo são encontrados nas músicas de Beethoven, Schubert, Brahms, Wagner e Liszt.

Portanto, ninguém em sã consciência afirmaria hoje que Beethoven seria a antítese da música clássica, ou que esses outros termos atribuídos à ela, a definam com precisão.

Os compositores clássicos acreditavam que a música deveria ter uma forma polida e galante; só desejavam expressar emoções de uma maneira refinada e educada. Suas obras são cheias de brilhantismo e vivacidade.

No Brasil, a música clássica, ou erudita, ou de concerto vinculava-se estritamente à igreja, por causa da colonização portuguesa e só depois de muito tempo, com Villa-Lobos é que se consolidou pra valer.

Foi a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobriu a música erudita e que começaram a surgir outros talentos, como: Lorenzo Fernandes, Francisco Mignone, Radamés Gnatali, Camargo Guarnieri, Guerra Peixe, Cláudio Santoro, Edino Krieger e outros.

Hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o verdadeiro valor da música clássica, talvez por causa de nossa história, ou de nossa situação político-econômica, mas já se percebe a redução do preconceito de que a música clássica é para ricos.

sábado, 20 de setembro de 2008

Você conhece essa Bossa?

Nome do autor: Denise Rosa Ferreira
Pólo: Jales


Você conhece esta Bossa?

Este ano estamos comemorando 50 anos de Bossa-Nova. O marco do movimento totalmente brasileiro se inicia em 1958 com o lançamento da música “Chega de Saudade” – João Gilberto e do disco “Canção do Amor Demais” com Elizeth Cardoso, composição de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Vamos começar entendendo a palavra bossa. É uma gíria carioca dos anos 50 que significa ‘jeito’, ‘modo’, ou melhor, ‘pegada’. Essa palavra foi usada em um samba de Noel Rosa ainda na década de 30: “o samba, a prontidão e outras bossas, são nossas coisas...” Os primeiros concertos do gênero foram feitos nas universidades. Este foi o primeiro movimento musical universitário. No final de 1957, no Colégio Israelita-Brasileiro em um quadro-negro anunciava a apresentação de uma alusão entre o samba e o jazz com um grupo que tocava essa “bossa-nova”.

O termo ‘Bossa Nova’ retrata bem um movimento musical que tocava e cantava de um modo totalmente novo. Até então, o destaque era para a potência das vozes que cantavam bolero, valsa ou samba-canção. De repente era necessário inovar. O importante era mostrar que o jovem poderia ter uma linguagem diferente. Tudo mudou! As letras se tornaram menos melancólicas, mais alegres e otimistas. A harmonia ganhou muitos acordes dissonantes. Um ritmo sincopado e uma maneira de cantar intimista eram totalmente diferentes de tudo da época. Houve uma mistura do jazz, elementos da música erudita à música brasileira.

Treze anos antes do marco inicial da bossa já se ouvia os primeiros sinais de uma nova música, mais sofisticada e influenciada pela música americana no pós guerra. Era o compositor romântico Custódio, que teve suas músicas gravadas por grandes nomes da época, como Orlando Silva e Silvio Caldas. Outros cantores também se influenciaram com a música americana, como por exemplo, Dick Farney que foi para os Estados Unidos tentar a vida por lá, e voltou em 1948, totalmente envolvido pelo Jazz. Este mesmo cantor disse uma vez: “Por que não existe um samba que a gente possa cantarolar no ouvido da namorada?”

Naquela época tocar violão e cantar não era uma atividade bem vista. Menescal (compositor) disse que foi surpreendido tocando violão o que foi uma grande decepção para a família. Dizem que quando a polícia ia abordar alguém na rua costumava reparar se tinha calos nas pontas dos dedos para certificar que não era boa gente. Jairo e Tinoca, pais da Nara Leão, que tinha 12 anos em 1954, eram a exceção. Eles recebiam bem os amigos jovens em seu apartamento de classe média em Copacabana que promoviam verdadeiros encontros musicais. Foram desses encontros, mais freqüentes a partir de 1957, que surgiram vários nomes importantes de compositores brasileiros.

A qualidade musical junto ao ritmo brasileiro fez a bossa-nova ser reconhecida internacionalmente. Quem não se lembra do cantor (tenor e intimista) Frank Sinatra fazendo um dueto com Tom Jobim na música Garota de Ipanema?

Em 1965, na extinta TV Excelsior, no Primeiro Festival de Música Brasileira inicia o rotulado MPB que duraria até os anos 80 com a explosão do rock. Seria o fim do movimento da Bossa, mas não da sua estética. Sua influencia estaria em toda a MPB e seus admiradores continuariam fiéis. Uma prova disto são as inúmeras comemorações realizadas durante este ano (2008) para os 50 anos desta nossa bossa.

Canto Coral

Autor: César Marques da Silva
Pólo:Osasco
CANTO CORAL

O canto coral surgiu a partir do desenvolvimento do cantochão, ou seja, daquele tipo de canto feito a uma voz apenas. O exemplo mais conhecido do cantochão é o canto gregoriano.

Alguns compositores do século IX realizaram uma série de experiências, introduzindo uma ou mais linhas de vozes com o propósito de acrescentar maior beleza e refinamento a suas músicas. Este novo tipo de música foi chamado organum e encontrou seu apogeu na Europa, por volta do século XII. Caracterizava-se por vozes tecendo frases baseadas em padrões rítmicos emprestados da poesia. O moteto (do francês, mot, ou seja, palavra) surgiu no século XIII e ficou conhecido como a primeira forma de canto coral cantada fora das igrejas. A princípio, utilizava diferentes idiomas em uma mesma composição, até que entre 1450 e 1550, aproximadamente, os compositores flamengos criaram um estilo que iria preponderar durante o Renascimento: peças de quatro a seis vozes, contrastando pontos de imitação com polifonia livre ou homofonia coral, exibindo o conteúdo expressivo das palavras.

Uma das vantagens de se realizar o canto coral é a sua independência quanto ao uso de instrumentos. Dependendo do estilo e da época, pode-se cantar com ou sem o auxílio de acompanhamento. Inúmeros arranjos de música popular são feitos para o canto coral, em que algumas partes instrumentais são realizadas pelas vozes do coral, imprimindo um caráter peculiar a este tipo de música. Outro aspecto a ser destacado está no fato da construção conjunta do tecido sonoro, em que cada voz tem sua importância nessa estrutura, podendo-se explorar diversos matizes quanto à dinâmica, timbres e fraseados.

A questão da interpretação de um grupo coral tem levado a alguns pontos diferenciais que estão presentes em algumas apresentações. É crescente a preocupação de se unir corpo à música, trazendo benefícios a ambos. Nesse sentido, alguns grupos optam por realizar espetáculos em que a parte musical dialoga com o gesto corporal, estabelecendo uma aproximação das linguagens, atraindo a atenção do público e contribuindo para a divulgação desse tipo de música.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Queen - A História

Renato Ramos Moreira
Pólo de Osasco

Eu sei que a proposta era falar a respeito de um gênero musical, mas eu optei por falar especificamente de uma banda que admiro demais e é a minha referência em relação à música pop de boa qualidade: o Queen.

Queen – A História

O Queen é uma banda que vem sendo “rotulada” como banda de Rock, mas que transitou também por outros gêneros musicais, como o “Country”, o “Folk”, o “Boogie” e o “Funk”.

No final da década de 60, três estudantes universitários formaram uma banda chamada Smile.

O Smile tinha entre seus componentes: Brian May: guitarra (que foi o responsável pelo início da banda), Tim Staffel: baixo e vocais (amigo de Brian desde os tempos de colégio) e Roger Taylor: bateria (que entrou para a banda atendendo a um anúncio de Brian que procurava um baterista).

Após um disco gravado pelo selo Mercury com pouca divulgação e menor repercussão ainda, Tim resolveu deixar a banda e um então aluno da Ealing School of Art, amigo de Roger, que costumava acompanhar todos os shows da banda, se ofereceu para substituí-lo, chamando a atenção dos demais pela ousadia.

“Porque é que vocês estão a perder seu tempo fazendo o que fazem? Vocês deveriam fazer mais material original. Deviam ser mais expansivos na forma como passam sua música para o outro lado. Se eu fosse o seu cantor era isso que eu faria.” Esse era o jovem Freddie Mercury, que com essa atitude acabara de entrar para o grupo.

Além da mudança no visual, Freddie também propôs um novo nome para a banda: Queen.
O nome Queen, como o próprio Freddie descrevia, era “régio e tinha um som explêndido”.

Após alguns shows pelas casas noturnas de Londres, os baixistas iam e vinham da banda, até que um tímido estudante de eletrônica chamado John Deacon fez um teste para entrar para a banda e finalmente completou o time.

John encantou a todos com sua maneira de tocar e seu jeito tímido. Freddie se formou como designer com honras e utilizava todo seu talento criativo em prol do Queen.

Além do visual do grupo, ele se responsabilizou por criar um logotipo que tivesse a ver com a proposta do grupo. O logo foi criado utilizando o signo de cada um dos integrantes da banda.
No ano de 1973, após um ano de ensaios e composições, o Queen gravou seu primeiro disco, pelo selo Parlophone, sob a produção de Roy Thomas, chamado apenas Queen.

O disco não obteve o sucesso esperado, mas o produtor ainda acreditava na banda, então eles não fizeram turnê de lançamento do disco, entrando em estúdio no final do mesmo ano.

No ano seguinte lançavam Queen II, um disco muito mais trabalhado e com arranjos mais complexos. “Estávamos a tentar levar as técnicas de estúdio para um novo limite para os grupos de rock e fizemos tantos efeitos que acabamos por desgastar a fita até a um ponto que esta ficou transparente” disse Brian a respeito do álbum.

Com ele a banda ganhou força e fez sua primeira turnê por território Americano, mas que foi abandonada com apenas cinco shows feitos, após Brian contrair hepatite.

Sem que este estivesse totalmente curado, entraram em estúdio para o que seria a gravação de seu terceiro álbum: Sheer Heart Attack.

O single Killer Queen chegou então ao 2º lugar na parada da Grã-Bretanha. Com isso o nome Queen começou a ganhar força e seus shows cresciam em número e expectadores.

Em outubro de 1975 viria a público aquela que seria conhecida como a “obra-prima” do grupo: Bohemian Rhapsody e logo mais o álbum A Night at the Opera.

Após o lançamento de A Night at the Opera, o mundo “se rendeu” á música do Queen e este atingiu o patamar de estrela do rock e principalmente, estrela da música pop mundial.

Os discos que se seguiram foram recheados de sucessos e mesmo aqueles mais criticados são ainda aclamados pela reputação que a banda alcançou.

A vida particular dos membros da banda realmente era particular, muito se especulava, mas realmente, pouco se tinha certeza sobre ela.

Muitos boatos levaram o mundo a questionar Freddie sobre o seu modo de vida e uma possível doença adquirida. Ele era taxativo, sua vida pessoal era pessoal...

No ano de 1991, pouco tempo depois do lançamento de Innuendo, insistentemente questionado pela imprensa sobre sua condição de saúde visivelmente abalada, em 23 de novembro, Freddie convocou uma entrevista coletiva.

“Em segmento à enorme conjectura da imprensa na últimas duas semanas, desejo confirmar que o teste que fiz ao HIV deu positivo, tenho AIDS”. Ironicamente, no dia seguinte ele veio a falecer.
Freddie sabia de sua doença há anos, mas se recusava a confirma-la publicamente, pois queria manter sua vida privada o mais longe dos holofotes o possível.

Em abril de 1992 foi organizado um concerto em prol das vítimas da AIDS como Tributo à Freddie Mercury. Nele compareceram muitos artistas, cantando e tocando com seus grupos e dividindo o palco com os membros do Queen.

Os 72.000 ingressos foram vendidos em apenas 6 horas e toda a renda foi revertida a instituições ligadas ao tratamento dos portadores de HIV.

No mesmo ano de 1992 fora lançada a segunda coletânea oficial do grupo: Greatest Hits II e uma gravação de um show feito no estádio de Wembley em 1986, na turnê do disco A Kind of Magic.
Após o Tributo, John Deacon disse que sua vida como músico de banda estava acabada, ele não mais se reuniria a seus companheiros para shows ou turnês.

Após um hiato de três anos, os membros do Queen voltaram a se reunir para lançar um disco póstumo com algumas músicas já previamente gravadas por Freddie para o grupo e novas roupagens de outras feitas em sua carreira solo, o disco teve o sugestivo nome de Made in Heaven.

Mais dois anos se passaram e o grupo veio a lançar o que seria seu último disco com a participação de John no contrabaixo. Queen Rocks é uma coletânea das músicas mais roqueiras da banda, com uma música inédita – No One But You – uma clara homenagem ao eterno amigo e companheiro Freddie.

Nos anos seguintes ainda foram lançados um Greatest Hits III contendo alguns momentos do Tributo, um show gravado na década de 80 com o Título: Queen on Fire – Live At The Bown, em 2004 e a remasterização em áudio e vídeo da grande obra prima do grupo: A Night at the Opera, em 2006.

Atualmente, Brian e Roger levam o nome Queen a grandes estádios do mundo, com o antigo vocalista das bandas Free e Bad Company: Paul Rodgers e alguns músicos contratados, tendo lançado um disco ao vivo e mais recentemente (agora em setembro), um novo CD de studio.

Bibliografia:

St James, Mick - “Queen”
Site oficial: http://www.queenonline.com/

Bossa Nova: estilo musical e movimento cultural

Gisele M. F. T. Amadeu
Pólo de Jales

A “Bossa Nova” estourou no final dos anos 50. Surgiu como um novo modo de cantar, tocar samba e desde o seu nascimento, foi abençoada por Deus, pois teve a participação do Maestro Antonio Carlos Jobim, o Tom Jobim, considerado pelos críticos internacionais como um dos compositores mais importantes do século.

Quem não curte “Garota de Ipanema” de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma das canções mais famosas da Bossa Nova que alcançou sucesso mundial? É uma canção que não se cansa de escutar. Que harmonia!

Segundo Tom Jobim, “a bossa nova surgiu com um baiano chamado João Gilberto que é um cara de um talento genial. Bossa nova não é 50% jazz”. Ele afirma “ser um troço brasileiro que surgiu com Chega de Saudade”. “Ao contrário, o jazz é que teve uma atitude aquisitiva em relação à bossa nova. Em 1962, Stan Getz começou a improvisar com figuras de Jazz sobre a Bossa Nova Brasileira”, fazendo sucesso tocando bossa nova com seu saxofone. Essas são palavras do próprio Tom Jobim, autor de mais de 400 composições, em uma das entrevistas para revista Veja 35 anos.

Alguns compositores, instrumentistas, cantores amantes do Jazz americano e música erudita, contribuíram para o surgimento do gênero, que unia a alegria do ritmo brasileiro à sofisticada harmonia do Jazz. Melodias como samba-canção, samba, bolero, jazz e musical norte americano formam esta mistura de melodia e harmonia que deu origem à “batida específica” que ficou famosa e que o mundo todo quer aprender até hoje. Ela não só atrai ouvidos pelas lindas letras que sua música oferece, como também pela maneira de cantar e tocar samba, valorizando o tom coloquial da narrativa musical. É o jeito suave e educado de cantar e se expressar.

Muitos diziam que era uma música que sofria influência americana, mas hoje está claro que a Bossa Nova foi que contagiou muitos músicos americanos. Em muitos países aconteceram movimentos musicais ligados à Bossa Nova, fazendo com que milhões de jovens cantassem canções compostas há mais de 50 anos, e assim tornando-as populares.Embora digam que este movimento tenha se extinguido, muitas pessoas, hoje em dia, apreciam este tipo de música; e profissionais da área continuam regravando grandes sucessos do passado ou usando arranjos inspirados na bossa nova. Hoje, vemos novas harmonias, melodias mais arrojada e, mesmo em sua batida, podemos notar as variações. Isso é bom, pois assim o estilo musical sempre será relembrado e aperfeiçoado, recebendo influências , mas mantendo sua originalidade.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Da-lhe Garoto – Quebra tudo!

Renato Santoro
Pólo de Osasco

Não há dúvidas que a música instrumental brasileira está entre as mais sofisticadas dentro do estilo no cenário internacional. Sendo o jazz atual um leque de muitos e diferentes sub-estilos que trafegam entre o jazz tradicional, smooth-jazz, jazz-rock, fusion, jazz europeu e muitas outras vertentes, temos um destaque para a produção artística brasileira.

Já é tradição desde a primeira viagem de Carmem Miranda aos EUA, o destaque foi do multi-instrumentista das cordas, Aníbal Augusto Sardinha o Garoto, que foi convidado juntamente com o Bando da Lua para acompanhar a pequena notável.

Garoto chamou a atenção de grandes maestros americanos, pela sua eximia habilidade ao violão tenor. Íam ao espetáculo de Carmem para ver o músico brasileiro e seu instrumento peculiar. Era comum ver na platéia Duke Elington e Art Tatum.

Apesar de vários convites Garoto nunca mais voltou aos EUA, faleceu precocemente em 1955, aos 39 anos, deixando além de enúmeras composições um legato para o violão brasileiro, para música instrumental e de concerto.

O paralelo de músico acompanhante e instrumentista é uma constante destes profissionais, que produzem um trabalho artístico e composicional. Temos a história de Hermeto Pascoal que viveu o começo de sua carreira em São Paulo tocando em boates e impulsionou-a junto ao Quarteto Novo, (Heraldo do Monte, Teo de Barros e Airton Moreira), internacionalmente. Todos deste grupo têm uma carreira internacional como músicos do chamado Jazz Brasileiro.

Heraldo do Monte, Olmir Stocker e Helio Delmiro são três pilares da guitarra brasileira, (instrumento típico do jazz americano), foram eles que na década de 70 acompanhando muitos artistas firmaram seus estilos e projetaram suas carreiras como compositores e instrumentistas.
Outro muito esquecido, porém, não menos importante, é o também guitarrista, violonista e multi-instrumentistas das cordas Zé Meneses, hoje com 86 anos em plena atividade.

Meneses foi parceiro de Garoto na Rádio Nacional, e o substituiu quando este faleceu. Substituiu-o não só na rádio, mas como parceiro do grande maestro Radamés Gnatalli.

Radamés, que transitou tranqüilamente entre a música popular e a de concerto, escreveu para violão como ninguém, (deve ter sido o compositor brasileiro que mais escreveu para este instrumento), teve nos anos 70 seu sexteto, (baixo, guitarra, bateria, pianos, acordeon) onde muitos arranjos inusitados para grandes clássicos da música brasileira foram criados, além é claro de suas composições.

Nos anos 80 tivemos um “boom” dentro da produção cultural “independente” e principalmente dentro da música instrumental. Em São Paulo selos como o “Lira Paulistana” e “Som da Gente” lançaram grupos geniais e reforçaram outros que já atravessavam o tempo. Surgiram então: Grupo Pau Brasil, Grupo D´Alma, Alemão e Grupo, Marco Pereira, Heraldo do Monte, Hermeto Pascoal, Paulo Belinatti, Grupo Medusa, Ulisses Rocha e muitos outros.

A produção independente da música instrumental dos anos 80 firmou muitos artistas internacionalmente. Paulo Belinatti, que já havia gravado em 1984 o LP “Garoto” com parte das composições para violão solo deste compositor, grava pelo selo americano GSP, (San Francisco), seu primeiro CD: The Guitar Works of Garoto, toda a obra para esse instrumento, além de transcrever e publicar as partituras exatamente como o próprio compositor tocava.

Essa obra vinda ao público, não só é um resgate histórico da figura deste grande músico brasileiro como uma referência para futuros músicos. Um trabalho minucioso de transcrição que levou muitos anos de pesquisa.

Os anos 90 chegam com grandes novidades artísticas, mudanças políticas, abertura econômica e novas mídias. Começa no Brasil o lançamento dos primeiros CDs. A produção independente do selo Som da Gente acaba em 1992 e junto com ele um acervo de 51 discos de diferentes artistas. Alguns destes trabalhos foram re-lançados em CD, mas infelizmente a grande maioria não.

Grandes talentos continuam a surgir na inventiva música instrumental brasileira. Assim como no final dos anos 70 e começo dos 80 onde surgiram grandes instrumentistas como Rafael Rabelo e um grande movimento chorístico, o começo do novo milênio é marcado por um grande interesse de jovens pela linguagem do choro.

Seja no meio universitário, em centros urbanos como Brasília e sua Escola de Choro, bem como no Rio e São Paulo o choro se torna uma verdadeira epidemia.

Porém nem tudo é choro na música instrumental brasileira, grupos que valorizam a versão camerística do jazz, apresentandam novas composições e arranjos originais. Artistas como Chico Saraiva e grupo Água, e o Duo Quase Acústico mostram em seus primeiros trabalhos uma linguagem brasileira com improvisação livre e arranjos elaborados, onde os integrantes dialogam como no jazz sem perder o foco da música brasileira.

Novos instrumentistas virtuoses continuam surgindo dia após dia. Inventivos e habilidosos só mantém a tradição da ótima qualidade da música instrumental brasileira e reverencia a memória, de gênios como Pixinguinha, Garoto e Radamés.

Referencias bibliográficas e sites:

Antonio, Irati e Pereira, Regina - Garoto - Sinal dos Tempos
Site: www.radamesgnatalli.com.br