domingo, 21 de setembro de 2008

Música Clássica ou Erudita

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Pólo:
A música clássica é um gênero não apreciado por muitos, pois já foi chamada até de “música chata” e “música séria”, por se opor à música popular, à música folclórica e ao jazz. Também já foi denominada “música formal”, ou seja, aquela música em que a atração estética está ligada à clareza, ao equilíbrio e à objetividade, e não à subjetividade, à emoção exagerada ou à falta de limites de linguagem musical.

Nesse sentido, a música clássica se oporia à música romântica feita em fins do século XVII e início do século XIX, em que a ênfase recaía sobre os sentimentos, as paixões e o exótico, em lugar da razão, da contenção e da estética da arte clássica.

Entretanto, os primeiros traços do romantismo são encontrados nas músicas de Beethoven, Schubert, Brahms, Wagner e Liszt.

Portanto, ninguém em sã consciência afirmaria hoje que Beethoven seria a antítese da música clássica, ou que esses outros termos atribuídos à ela, a definam com precisão.

Os compositores clássicos acreditavam que a música deveria ter uma forma polida e galante; só desejavam expressar emoções de uma maneira refinada e educada. Suas obras são cheias de brilhantismo e vivacidade.

No Brasil, a música clássica, ou erudita, ou de concerto vinculava-se estritamente à igreja, por causa da colonização portuguesa e só depois de muito tempo, com Villa-Lobos é que se consolidou pra valer.

Foi a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobriu a música erudita e que começaram a surgir outros talentos, como: Lorenzo Fernandes, Francisco Mignone, Radamés Gnatali, Camargo Guarnieri, Guerra Peixe, Cláudio Santoro, Edino Krieger e outros.

Hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o verdadeiro valor da música clássica, talvez por causa de nossa história, ou de nossa situação político-econômica, mas já se percebe a redução do preconceito de que a música clássica é para ricos.

Um comentário:

Vânia Loures Mello disse...

A Música Erudita sofre preconceito. Isto é fato! Porém em toda minha trajetória como artista e educadora musical, não houve um só lugar em que fosse me apresentar, que as pessoas não acabassem por sentir no mínimo curiosidade por aquele gênero tão diverso do qual elas se acostumaram.
Os rótulos dados a música erudita, caem por terra quando esta é verdadeiramente compreendida. Compreender não significa gostar, mas é necessário que seja conhecida, principalmente a partir do contexto educacional.Como entender outros ritmos e "sons" se a origem e mesmo influência deste está no passado.
O processo musical é contínuo e ouso dizer que a música é uma só.Com suas peculiaridades, diferenças, mas uma só.
Música é música.E pode ser ruim sob a ótica dos estudiosos ou dos amadores, sendo erudita ou popular.Não é por se tratar de Música Erudita que esta deva ser boa e o mesmo acontece com os outros "tipos" de música.
Como apreciador, conhecedor ou mesmo estudante de música é necessária uma educação musical voltada para o conhecimento desta "linha do tempo musical" o que permitiria não só o conhecimento histórico-musical, mas a percepção das diversas influências e mudanças pelas quais a Música passou ao longo de alguns séculos.
Somente assim, poderá existir uma escolha sobre a música preferida, que seria feita com conhecimento, com entendimente e posteriormente com o coração.