quarta-feira, 6 de maio de 2009

Marchinhas de Carnaval

Autor: Maria Virgínia Rietra Marzano
Pólo: São Carlos

A marcha de carnaval

Mais conhecidas como “marchinhas”, este gênero de música popular brasileira fez grande sucesso dos anos 20 aos anos 60 do século passado.

Originária das marchas militares, principalmente portuguesas, as marchinhas, já de início, ironizam a pompa das marchas: estas feitas para marchar, enquanto as outras, no diminutivo, compostas para dançar e brincar.

De compasso binário, com melodias simples e forte apelo popular, as primeiras marchinhas eram mais lentas para que os dançarinos pudessem marchar ao seu ritmo. No entanto, com o passar dos anos, sofreram influências de outros ritmos como o ragtime, a polca e o one-step, o que fez com que seu andamento fosse acelerado.

Um dos fatores mais interessantes das marchinhas são suas letras: irônicas, sensuais, debochadas. Na verdade são verdadeiras crônicas urbanas que tratavam de temas cotidianos, de economia, futebol e política, principalmente da cidade do Rio de Janeiro, na época capital federal e principal centro cultural do país.

Importante ressaltar que era lá, no Rio de Janeiro, que se encontravam as emissoras de rádio, as gravadoras e também os estúdios cinematográficos da Atlântida. No início dos anos 30, o custo de produção dos discos, os LPs, era muito baixo e, como a difusão das gravações era gratuita, foi possível a divulgação das marchinhas por todo o país. Outro fator importante para a divulgação das marchinhas, além do rádio, eram os bailes de salão e o carnaval de rua.

A primeira marchinha, composta exclusivamente para animar o carnaval, foi a marcha “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, em 1899, para o cordão Rosa de Ouro. Muitas marchinhas vieram depois, consagrando intérpretes como Carmem Miranda, Mário Reis, Dalva Oliveira, Almirante, Emilinha Borba, Sílvio Caldas, Jorge Vieira e Black-Out. Entre os compositores que se destacaram e são, até hoje, lembrados e cantados podemos citar José Luís Rodrigues Calazans, Vicente Paiva, Braguinha (ou João de Barro), Alberto Ribeiro, Joubert de Carvalho, Lamartine Babo, Oldemar Magalhães, Luís Antônio, Noel Rosa, Ary Barroso, Sinhô e João Roberto Kelly.

Alguns sucessos, que permaneceram na memória dos brasileiros e se tornaram sinônimos do carnaval foram: “Mamãe eu Quero Mamar” e “Chiquita Bacana”. Carmem Miranda estourou nas paradas com a música “Taí” de Joubert de Carvalho em 1930. Podemos lembrar de “Linda Morena”, composta em 1932, por Lamartine Babo; “Oh! Jardineira” de Benedito Lacerda e Humberto Porto de 1938; “Allah-la-ô”, de Haroldo Lobo e Nássara, composta em 1940; “Sassaricando”, de 1951, de Magalhães, Luís Antônio e Zé Mário; “Tem gato na Tuba” de João de Barro e Alberto Ribeiro composta em 1947.

Infelizmente, a partir dos anos 60, as gravadoras pararam de investir neste gênero musical. As marchinhas perderam o apoio da indústria fonográfica e dos meios de comunicação. As escolas de samba ganharam destaque e assistiu-se a aparição de um novo gênero musical: os sambas-enredo.

Nos dias de hoje as marchinhas continuam a animar os bailes de salão e a alegrar aqueles que têm a oportunidade de conhecê-las com seu ritmo alegre e suas letras irreverentes.


Referências Bibliográficas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Marchinha de Carnaval http://educacao.uol.com.br/atualidades/ult1685u282.jhtm http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaImprimir.cfm?coluna id=4157 http://www.imonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,5252 http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080610113413AAacQa0

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