sábado, 9 de maio de 2009

Tempero do Forró

Ricardo Acquaviva Carrano
Pólo de Itapetininga


Forró é uma festa popular brasileira, de origem nordestina, que tem em sua música vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado e o xote, que são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro, um zabumbeiro e um tocador de triângulo.

Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Juazeiro do Norte, Caruaru, Mossoró, e Campina Grande, onde é símbolo da Festa de São João, e nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, São Luís e Teresina onde são promovidas grandes festas.

Luiz Gonzaga foi o principal nome deste estilo, quando gravou em 1949 as músicas “Forró de Mané Vito” e “Forró no Escuro” tornou o forró nacionalmente popular dando origem a este movimento que rapidamente se espalharia por todo o canto do país. Mas não só a música atraiu o público para este estilo, como também a dança. Feita com casal juntinho, estas mostraram que a música brasileira servia não só para apreciação sonora, o arrasta-pé, bate-chinela, fobó e forrobodó são exemplos destas danças feitas ao som do forró. Sua dança tão criativa, cheia de requebros e de giros traduz o estado de espírito alegre e participativo de sua gente, nas suas mais diversas manifestações e nos seus momentos mais festivos, o forró é a celebração da alegria daquele povo que sublima na música todo o sofrimento da seca e da escassez de recursos da sua terra.

O forró se evidenciou nos terreiros das usinas, nas comemorações dos festejos juninos e nos fins de semana, durante o plantio e nos cortes da cana. Já no sertão nordestino, ele se manifestou nos bailes de pé-de-serra e, na maioria das vezes, em casas de família, para comemorar a chegada das chuvas e as boas colheitas. E assim se expandiu, tanto pelas cidades do interior, quanto nas zonas do baixo meretrício, também no litoral, em arraiais improvisados, com os foles ou mesmo sanfonas, de oito a cento e vinte baixos, o zabumba e o triângulo, fazendo o nordestino vadiar no bate-coxa até o dia clarear. Como diz Geraldo Azevedo, grande compositor pernambucano deste estilo o “Forró é o balanço, o amor, o chamego, o suor, é a morena, o tempero do forró”.

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