sábado, 9 de maio de 2009

Quem tem medo de música de concerto

Marcelo de Andrade Luciano
Pólo de São Carlos

Hoje, a música de concerto é amplamente praticada no mundo todo, embora tenha um público inferior ao público que ouve ou assiste uma produção comercial. O gênero chega a causar estranheza para boa parte dos ouvintes e, ao mesmo tempo, as sonoridades chegam aos ouvidos de forma suave e de modo calmo, ao contrário dos ruídos produzidos pela música comercial. É assim que falamos da conhecida música clássica (termo mais conhecido para o gênero) ou música de concerto, que é termo mais apropriado quando nos referimos à música produzida por orquestras sinfônicas, filarmônicas, bandas, cameratas, grupos corais, madrigais e outras formações que trabalham o gênero.

Quando surgiram as primeiras composições, no século IX, estas foram trabalhadas primeiramente pelo canto, com uma tessitura monofônica. Nos tempos hodiernos, surgem composições de tessitura polifônica, tonal ou atonal. A música de concerto vem sendo trabalhada por grupos, corais e orquestras, em todos os períodos de seu desenvolvimento, a saber: medieval, renascentista, barroca, clássica, romantismo, música do séc. XX. Em todos esses períodos, o “velho” se renovou, manifestando os pensamentos e as reflexões sociais de cada época por meio da música de concerto.

Aliás, o termo “clássico” é originário do período que compreende entre os anos de 1750 e 1810, época em que a orquestra se encontra em pleno desenvolvimento. Porém, o termo é usado para diferenciá-la do estilo popular. Há pessoas que não ouvem músicas orquestradas por não saberem a origem das composições ou até mesmo por não se identificarem com o gênero.

Alguns profissionais da medicina recomendam as gestantes e crianças pequenas a ouvirem música de concerto para melhorarem suas percepções, estimulando a inteligência e o raciocínio. Este gênero é amplamente utilizado em sessões de musicoterapia, na reabilitação de pessoas que sofrem de síndromes, depressão e estresse.

Na Educação Musical, o gênero música de concerto é trabalhado com vários públicos (bebês, crianças, jovens, adultos, terceira idade, portadores de necessidades), que no primeiro contato reagem com surpresa e, com o passar do tempo, começam a analisar suas formas, timbres, formações e a utilizam como ferramenta para educar, não importando qual o ramo do saber em que a música é aplicada. Infelizmente, governos expropriaram seus cidadãos do contato com a música de concerto no ambiente escolar e, no futuro, há uma tendência de reaproximação nesse ambiente.O saudoso Arthur da Távola dizia:”Quem tem medo da música clássica?” Se esta é boa e proporciona desenvolvimento intelectual e social para quem ouve, não temos razões para o medo.

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