segunda-feira, 13 de abril de 2009

Arte Erudita: música aos nossos ouvidos

Autora: Luana Gonçalves Macedo
Pólo: São Carlos

A música erudita é definida como a música academicamente estudada, em sua forma, estilo, e analisada conforme as tradições, seguindo cânones preestabelecidos no decorrer da história da música. Há quem diga ser uma forma superior a todos os gêneros musicais, sendo a real arte musical.

A música erudita data desde a pré-história e era ligada a rituais religiosos. Em 2000 a.C. a 331 a.C., no Oriente Médio, houve uma grande sofisticação na construção de instrumentos como lira, harpa, alaúde, flauta e trombeta. O conhecimento sobre a música relacionava-se à afinação e às escalas dos instrumentos encontrados, das figuras de tocadores e de rituais. Algumas passagens sobre a música é referida na Bíblia, como a descrição da orquestra de Nabucodonosor II feita por Daniel. E ainda, nos séculos a.C., a música compunha as festividades, o teatro, os coros em honra a deuses, em exibições de lutas e espetáculos em anfiteatros. Na Idade Média, predomina a música religiosa. No século XVIII, destacam-se nomes como Wolfgang Amadeus Mozart, Joseph Haydn, Ludwig van Beethoven e Franz Schubert. Já no século XIX, ocorrem formas livres, prelúdios, rapsódias, sinfonismo, virtuosismo instrumental e movimentos nacionais incorporam elementos não relacionados à tonalidade estrita do classicismo.

A partir daí, a música erudita traz nomes de artistas que celebram a música de forma inovadora, fugindo dos parâmetros tradicionalistas e nos indicam novas possibilidades frente às tecnologias a favor da musicalidade.

A música Erudita, em todos os seus períodos, leva-nos a uma variedade de sentimentos, pois transcende à técnica ou ritmos que apenas embalam nossos corpos. A música erudita embala nosso corpo, mente e coração. Há as que fazem alterar a respiração e a freqüência cardíaca com suas variações, entonações, etc. Há as que levam ao relaxamento e a comoção. Esta é a boa música dos grandes mestres. Diria que a música é um elo com o divino, o que não é perceptível no samba, rap, pagode, funk, seresta, entre outros.

Por trás do nosso corpo físico, há planos que somente a subjetividade explicaria. E é através da música erudita que podemos sentir além do que chamamos de palpável, matéria, físico. Há relatos de que o público erudito, como qualquer público de qualquer estilo de música, liga muito seus sentimentos àquilo que escuta.
A música erudita passou por profundas transformações desde seu estilo tradicionalista até o modo como o público se relaciona a esta arte. Hoje em dia não é necessário trajar roupas sociais para assistir um evento musical erudito e este gênero não é mais visto como música “chata” ou para ricos. O preconceito foi desmantelado e há uma democratização que desmistifica esse lado esnobe.

A música, seja ela de qual gênero for, deve ser universal, isto é, para todos. E o gênero erudito demonstra que além de ser atualmente universal, é passível de mudanças, inovações e, ainda, que não possui apologia ao preconceito de qualquer espécie e nem à imoralidade, o que infelizmente ocorre em outros gêneros.

A música erudita, seja ela tradicional ou modificada, não traz nenhum prejuízo às populações, comunidades e famílias, pois trabalha com sentimentos, percepções, subjetividade, e não com questões políticas, econômicas, sociais e ideológicas. Música aos nossos ouvidos!

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