quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eletroacústica: A base da música contemporânea.

Luzilei Aliel da Silva
Pólo Itapetininga


Com o surgimento da “Era de Aquários” do Século XXI à grande pergunta feita no mundo da música é? O que é a música hoje? Qual será o futuro da mesma?
Além destas, diversas perguntas sugiram questionando o futuro da música erudita, porém a música eletroacústica surge como a voz do futuro se tornando a principal veia da consciência musical do século XXI.

Iniciada primeiramente com caráter de experimentação musical utilizando como conceito principal as propriedades do som e com métodos precários Pierre Schaeffer criou o que seria o “futuro” da música. Em seu estúdio em Paris conhecida como “RTF” dedicou mais de seis anos para produzir suas primeiras obras. Denominado no princípio por Schaeffer como “musique concrète” baseava-se a concepção de gravar sons não musicais, como chaminés de fábricas e barulhos do mundo moderno e “organizar” com um sentido musical, além disso, efeitos de estúdio como montagens, colagens e transformações do espectro eram utilizadas.

Na mesma época Werner Meyer-Eppler, Herbert Eimert e Robert Beyer trabalhavam em Bonn na Alemanha com os mesmo princípios, e juntos formam o estúdio que seria à “Meca” da eletroacústica a “NWDR”, dando origem a vertente conhecida como Elektronische Musik (música eletrônica). Esta ramificação gera novos preceitos que seriam utilizados ate mesmo na música popular no futuro, como o modismo das danceterias na década de 70 e as “raves” nas décadas de 90 e 2000.

A grande mudança de rumo na “música elétrica” foi dada quando Karlheinz Stockhausen entra em cena, compositor consagrado saído da famosa escola alemã de composição decidiu se dedicar a este novo estilo musical. Como um dos maiores compositores de sua época Stockhausen se caracterizou por sua imagem polêmica e quase caricata que desenvolveu em seu trabalho. Com conceito baseados em como o som deve ser empregado no espaço e acréscimo do Serialismo concreto como funcionalismo harmônico, Stockhausen dimensionou e criou novos padrões musicais à eletroacústica. Stockhausen também causou o grande “boom” no sentido de vanguarda, pois pela primeira vez a “música concreta” era respeitada e considerada fonte de estudo e arte.
Jonh Cage é o segundo que marcou seu nome na história da música através da eletroacústica. Tão polemico quanto Stockhausen, se não o for mais, Cage gerou ódio e frenesi entre compositores tradicionalista, gerando uma mudança no parâmetro compositor, que eliminou a visão divina do mesmo. Cage faz avanços na música eletroacústica trazendo e unificando a outra ramificação da música contemporânea, a música aleatória, assim torna-se a música eletroacústica fonte de maior influência na música do século XXI.

Este tipo de música em seu inicio não trouxe muitos adeptos, pois a maior parte dos ouvintes não se contentava em apenas ouvir uma música sem executantes, criando diversas discussões sobre como influenciar o sentido da audição e/ou como alterar a interpretação auditiva. Porem depois de nomes como Stockhausen e Cage novos adeptos surgiriam. Esses novos adeptos ajudaram a criar um novo método de prática eletroacústica o Live Eletronic Music, ou seja, a manipulação de sons captados “ao vivo” e transformadas através de um computador também “ao vivo” tornando a música elétrica algo mais humanizada. No início era extremamente complexa a utilização desta forma, pois os computadores ocupavam sala inteiras, porém como o avanço da tecnologia e a diminuição gradativa dos computadores esta prática foi ganhando força até uma nova ramificação surgir e ser batizada de Computer Music. O computer music utiliza softwares que trabalham com o “som puro”, ou seja, sem harmônicos, utilizando novas técnicas como o MIDI e Samplers, por exemplo.

O MIDI é uma forma musical que só é “gerado virtualmente”, se pensarmos pela visão tecnológica este sistema revolucionou todo o campo da música desde a criação do sistema temperado de Bach, pois o MIDI não uitliza série harmônicas “transformando” a concepção auditiva do som além de facilitar a criação musical pois com ele qualquer indivíduo tem uma orquestra em suas mãos, essa facilidade criou “gêneros populares” da eletroacústica como Techo, Dance, Trance e etc.

No Brasil temos dois grandes expoentes da música eletroacústica, Jorge Antunes e Flô Menezes que são vistos como ícones da música contemporânea no Brasil. O primeiro atua desde os anos 60. Reconhecido mundialmente como um dos maiores compositores vivos desta prática, o segundo mais novo é considerado o “futuro” da eletroacústica, trabalha intensivamente desde a década de 90 com seu estúdio PANaroma em São Paulo.

Hoje devido a grande facilidade de criação de um “Home Studio” e as informações obtidas na internet a prática eletroacústica tem se tornado cada vez mais popular. Milhares de músicos do mundo todo, mesmo sem muita informação sobre o assunto conseguem fazer “playbacks” para suas músicas, assim “democratizando” a música de uma maneira inimaginável. A música eletroacústica chegou a tudo e a todos seja com guitarras ou com Djs, todos vivem esta revolução eletrônica que se mostra cada vez mais forte nos dia de hoje.

Referências
ELETROACÚSTICA, A música; Por uma história. Texto, 2007. Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/overblog/a-musica-eletroacustica-por-uma-historia>. Acesso em : 08 de abril. 2009. 16:57:08
ELETROACÚSTICA, Música. Texto, 2006. Disponível em:
<http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tikiindex.php?page=M%C3%BAsica+Eletroac%C3%BAstica> . Acesso em: 08 de abril. 2009. 17:03:08

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