segunda-feira, 13 de abril de 2009

Trajetória da música sertaneja no Brasil

Autor - Sandro Batalha de lima - RA 334162
Polo- Itapetininga

A música sertaneja como tal surgiu em 1929, quando Cornélio Pires, pesquisador, compositor, escritor e humorista, começou a gravar "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais na região cultural caipira, que abrange a área do interior paulista, norte e oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e mato-grossense.

Esse ( maravilhoso gênero ) era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam a beleza bucólica e romântica da paisagem, assim como o modo de vida do homem do interior em oposição à vida do homem da cidade.

Podemos destacar as primeiras gravações de modas de viola e de outros gêneros caipiras por violeiros-cantadores do interior paulista, em 1929 – na série de discos produzida por Cornélio Pires para a Columbia. Na década de 30, vieram os sucessos de João Pacífico e Raul Torres, de Alvarenga e Ranchinho. Já Tonico e Tinoco pontificaram a partir dos anos 40.

O apogeu dos caipiras foi nos 50: levas de duplas, especialmente do interior de São Paulo, tiveram espaço nobre nas gravadoras e emissoras de rádio. O filão caipira abrigou, nessa época, as guarânias de Cascatinha e Inhana e as rancheiras mexicanas de Pedro Bento e Zé da Estrada. Entre 60 e 70, o aparecimento de Sérgio Reis e Renato Teixeira – o primeiro saído da Jovem Guarda, o outro dos festivais da TV Record – agitou o mundo sertanejo. Exatamente em 1960 um genial violeiro do norte de Minas, Tião Carreiro, inventava o pagode caipira, mistura de samba, coco e calango de roda (na definição de outro tocador e conterrâneo, Téo Azevedo).

A partir da década de 1980, tem início uma exploração comercial massificada do estilo “ sertanejo” . Surgem inúmeros artistas , quase sempre em duplas , que são lançados por gravadoras e expostos como produto de cultura de massa.

“Esses artistas passam a ser chamados de: duplas sertanejas “.Começando com os inesquecíveis Chitãozinho & Xororó e Leandro e Leonardo , uma enxurrada de duplas do mesmo gênero segue o fenômeno , que alcança o seu auge entre 1988 e 1990.

Em seguida, começa uma decadência do estilo na mídia. A música sertaneja perde bastante popularidade, mas continua sendo ouvida principalmente em áreas rurais do centro – sul do Brasil.

No entanto , no início da década de 2000 , inicia-se uma espécie de “ revival” deste estilo , principalmente devido á sucesso de duplas como Bruno & Marrone e Edson & Hudson , e sua ampla divulgação na mídia , sobretudo a televisiva .

Ao longo desta evolução , evitou-se cuidadosamente o termo: “ caipira “ que era visto com preconceito nas cidades grandes . O estilo “ sertanejo” ao contrário da música caipira , tem pouca temática rural para poder agradar habitantes de cidades grandes.

A temática da música sertaneja, é , em geral , o amor não correspondido , o marido traído . Por esses motivos , o sertanejo industrial é também chamado de sertanejo urbano e, pejorativamente , de “sertanojo , breganeja , ou até de música de “corno e de impotente sexual".

A música de raiz , a musica rural que mantém seu temas , para diferenciar da música sertaneja , passa a se denominar então de “ música de raiz” , querendo dizer que esta verdadeiramente ligada á suas raízes rurais e á moda de viola e a terra , ao sertão , pois o termo “ bens de raiz “ significa as propriedades agrícolas.

Recentemente o compositor Renato Teixeira compôs a música “ rapaz caipira “ como crítica aberta á “ musica sertaneja “ e fazendo renascer a expressão : Música Caipira.

Como acontece em todos os gêneros musicais, também os amantes da viola sertaneja sempre conseguem garimpar e encontrar verdadeiras preciosidades antigas e modernas, da música sertaneja de raiz.

A Música Sertaneja surgiu como uma produção independente voltada para um público específico e se manteve nas fronteiras do mercado , com um consumo pequeno , mas constante.

Podemos dizer que a música sertaneja e a música de raiz possuem estruturas globalizadas porém, com produções e consumos regionalizados.

Bibliografia

Música Sertaneja e Globalização – Disponível em : acesso em 09 de abr 2009 .
Música Sertaneja – Disponível em : <> acesso em 09 de abr 2009.
A verdadeira Música de Raiz – Disponível em : <> acesso em 09 de abr 2009 .

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